A história de Israel
A história de Israel é extremamente longa, cheia de conflitos e turbulências. É uma história cheia de sofrimento, mas também com muitos milagres realizados por D-us. Pois foi ao longo desta história, que D-us usou Israel para revelar Sua vontade e trazer salvação ao mundo.
Estão relatadas na Bíblia, as origens do povo e do país de Israel, que começou com o chamado de Abraão.
A terra prometida
Há cerca de 4000 anos, D-us chamou um homem chamado Abraão, prometeu lhe dar uma terra, lhe disse que faria multiplicar seus descendentes, e estes seriam o povo especial para Ele (Gênesis 12:1-3). Essa terra seria Canaã, onde Abraão viveu pelo resto de sua vida, como estrangeiro.
Canaã é a terra que D-us prometeu a Abraão e sua descendência, como herança.
A região de Canaã ficava no Oriente Médio, entre o rio Jordão o mar Mediterrâneo. Essa era uma região fértil, com bom acesso por terra e por mar. Vários povos moravam em Canaã e disputavam o controle da região – os hititas, jebuseus, amorreus, heveus, dentre outros. O termo geral para todos esses povos era cananeus.
Os cananeus eram conhecidos por sua idolatria eseus pecados que envolviam práticas repugnantes como sacrifício de crianças. Por isso, D-us decretou a destruição desses povos e entregou a terra a Seu povo escolhido, os israelitas e mais tarde, sob a liderança de Josué, eles conquistaríama terra e a chamaríam de Israel.
Abraão teve ao todo 8 filhos, como esta relatado no livro de Gênesis. Ismael, ele teve com Hagar, a serva de Sara sua esposa. Com Sara, ele teve Isaaque, que significa “ele riu”. E com Quetura ele teve Zanrã, Jecsã, Madã, Madiã, Jesboc e Sué.
O neto de Abraão, filho de Isaaque, chamava-se Jacó, que teve seu nome mudado por D-us para Israel ישראל, que significa “o que luta com D-us”. Israel teve 12 filhos, dando origem às 12 tribos – Rúben, Simão, Levi, Judá, Issacar, Zebulon, José, Benjamim, Dã, Naftali, Gad e Asher.
O primeiro filho de Raquel, José era o favorito de seu pai Israel (Jacó), porque tinha nascido quando Jacó já era idoso. Por causa disso, seus irmãos o odiavam e um dia o venderam como escravo. José passou vários anos como escravo no Egito, mas depois foi usado por D-us para salvar todo o povo da fome!
No Egito, José se destaca, chegando ao importante cargo de governador.
A fome assola Canaã. Forçosamente, Jacó e sua família, tiveram que sair e buscar alimento no Egito. E lá, Jacó reencontra com José.
A família de Jacó se estabeleceu e viveu 400 anos no Egito, e se multiplicaram, tornando-se um grande povo, apesar de ser escravizado. Pela mão de Moisés, D-us tirou os israelitas do Egito e os levou através do deserto para a Terra Prometida. Nesse período, D-us deu Sua Lei a Seu povo – Os Dez Mandamentos, através de Moisés no Monte Sinai, ensinando-os a viver de maneira diferente de outros povos. E assim, Israel foi estabelecido como nação.
40 anos se passaram, morre Moisés, o povo então liderado por Josué, conquista Canaã e se estabelece naquele território. Grandes conflitos, muitas guerras contra os povos que habitavam ali aconteceram, para que aquele território fôsse conquistado. Cidades foram queimadas e seus habitantes aniquilados.
Após alguns séculos, os hebreus se tornaram o povo dominante da região. Nessa época, o povo estava dividido entre tribos e os líderes que os uniam era os juízes e profetas. Este período duro cerca de 200 anos. Entre os juízes que se destacaram, podemos citar Débora, Baraque, Jefté e Sansão. Samuel foi o último profeta e este, ungiu o rei Saul, o primeiro rei de Israel.
Período da Monarquia
Chegou o tempo, em que os israelitas queriam um rei para os liderar (1 Samuel 8:6-7). D-us escolheu a Saul, da tribo de Benjamim, mas ele fez muitas coisas erradas perante os olhos de D-us e seus descendentes não herdaram o trono. Por isso, outro rei foi escolhido, seu nome era Davi, a quem prometeu que sua descendência reinaria para sempre!
Davi foi o rei mais famoso de Israel e antepassado de Jesus. Ele foi um pastor de ovelhas, músico, poeta, líder militar e rei. Escreveu muitos salmos e reinou 40 anos em Israel; 7 anos em Hebron e 33 em Jerusalém. Até hoje em Israel, é considerado como o rei que refletiu a imagem do Messias, aquele que unifica e salva o povo de D-us.
Salomão, filho de Davi, foi um rei muito sábio, que construiu um templo para D-us. Administrou Israel muito bem e ficou muito rico. Investiu em obras públicas em várias cidades de Israel e desenvolveu o comércio internacional. Salomão construiu um palácio para si e fez um grande templo para Deus em Jerusalém.
Israel viveu em paz com seus vizinhos durante o reinado de Salomão. Ele estabeleceu alianças e tratados comerciais com vários países. Sua fama se espalhou e pessoas de muitos lugares vinham provar sua sabedoria. Mas em sua velhice Salomão abandonou ao Eterno.
Depois de seu reinado, o povo de Israel se dividiu em dois reinos: Israel, a norte, governado por diferentes reis, e Judá (uma das tribos), a sul, governado pelos descendentes de Davi.
A maioria dos reis do reino do Norte, Israel, foram maus e rejeitaram a D-us. Por fim, o reino de Israel foi conquistado pelo império Assírio e o povo foi exilado. O reino de Judá, durou um pouco mais de tempo, mas este também foi conquistado um pouco mais trade pelos babilônios.
O exílio
Apesar de ter alguns reis tementes a D-us, o povo de Judá não seguiu Sua Lei e cometeu muitos pecados (2 Crônicas 36:15-17). Uma série de reis, levaram à conquista de Judá pelo império Babilônico. O templo foi destruído e o povo foi exilado durante 70 anos.
70 anos o povo viveu em cativerio babilônico.
Foi na época do exílio, que a primeira grande tentativa de exterminar todos os judeus aconteceu. Mas D-us salvou Seu povo através de uma mulher chamada Hadassah (Ester), que casou com um rei persa, chamado Xerxes e com muita coragem, conseguiu reverter o decreto onde dizia que todo judeu, deveria ser exterminado. Desde então, muitos reis tentaram destruir o povo de Israel.
Depois desse tempo, os judeus tiveram permissão para voltar para sua terra e restauraram o templo. Mas nem todos voltaram do exílio. Daquela época em diante, muitos judeus têm morado fora de Israel.
Israel não voltaria a ser um país independente tão cedo.
No ano de 338 a.C. o território de Israel, foi conquistado por Alexandre Magno rei da Macedônia, que venceu os persas em 331 a.C.. Alexandre teve vida curta e seus quatro generais e as suas dinastias passaram a governar os territórios que ele deixou, dividindo entre eles o grande império grego.
Ptolomeu I Lago ficou com o Egito e, pouco tempo depois, também com a terra de Judá. O domínio desta família se estendeu até o ano 198 a.C.. O rei seguinte, Antíoco IV Epífanes, profanou o Templo de Jerusalém ao construir nele, um altar ao deus Zeus (Júpiter).
O sacerdote judeu, Matatias, levantou-se como chefe de guerrilha e guerra santa, com os seus filhos João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas (1 Mac 2, 1-4). Foi a época da revolta dos Macabeus; Judas Macabeu, um dos filhos de Matatias, lidera a revolta com seus irmãos e por fim, saíram vitoriosos e a Judéia viveu 130 anos de independência, o que aconteceu poucas vezes.
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Até a chegada de Jesus, a região foi dominada pelos babilônios, os persas, os gregos, os egípcios, os assírios e os romanos.
Israel no Novo Testamento
No ano 63 a.C. o reino de Israel é conquistado pelos romanos que estabeleceram no país um protetorado. A técnica do império romano não era tomar conta do país conquistado, mas a liberdade e os direitos dos judeus eram limitados e os romanos frequentemente interferiam nas tradições religiosas judaicas. O povo vivia debaixo da opressão romana. Além disso, cobravam impostos altíssimos e vigiavam o país com o seu exército.
Israel foi dominado pelos romanos durante o período em que Jesus esteve na Terra.
De 37 a 4 a.C., Herodes o Grande, que era idumeu, reinou na Judéia por determinação do imperador Júlio Cesar, até 4 a.C.. Foi ele quem perseguiu Jesus. Ele que reconstruiu o templo dos judeus. Não confundir com Herodes Antipas (o “tetrarca Herodes”), seu filho, que mandou degolar João Batista, já por volta do ano 30 d.C. (depois de Cristo). E nem confundir com Herodes Agripa I que mandou matar o Apóstolo Tiago.
O procurador romano nomeava o Sumo Sacerdote dos judeus, que era o chefe do Sinédrio. O quinto procurador romano da Judéia foi Pôncio Pilatos (27-37 d.C.) nomeado pelo imperador romano Tibério Augusto, sucessor de Cesar Augusto. Do ano 37 a 44 d.C., a Judéia e a Samaria foram governadas por Herodes Agripa I, sobrinho de Herodes Antipas (o “tetrarca Herodes”). Foi Agripa quem perseguiu os cristãos, matou o apóstolo Tiago e prendeu Pedro (At 12, 1-23).
Herodes Agripa I deixou os filhos Marcos Júlio Agripa (Agripa II), Berenice e Drusila. Da morte de Herodes Agripa I (44 d.C.) até a queda de Jerusalém (70 d.C.) foi um período muito violento para Israel.
Desde o exílio, o povo de Israel não tinha tido um rei da linhagem de Davi. Jesus era descendente de Davi e ele fundou um reino muito maior: o Reino de D-us (Daniel 2:44). Nos seus primeiros dias, a igreja primitiva foi tolerada mas depois alguns judeus passaram a perseguir os cristãos. Mais tarde, os romanos também perseguiram a igreja.
Entre o ano de 66 e 70 de nossa era, houve a grande revolta judaica que foi aniquilada pelo general Tito, com a destruição de Jerusalém e do templo. A região é transformada em província romana e batizada com o nome de Província Judaica.
A última rebelião contra os romanos aconteceu em 135 e foi denominada Revolta de Bar Kochba, que foi esmagada pelo Imperador Adriano e os judeus sobreviventes foram escravizados ou expulsos. A região passou a se chamar Província Síria Palestina.
Séculos de dispersão
Durante séculos, os judeus não tiveram uma terra própria. Eles se espalharam pelo mundo inteiro, enquanto que a terra de Israel (teve o nome mudado para Palestina) foi dominada por vários povos diferentes. Ao longo desse tempo, grupos de judeus se instalavam na região mesmo sendo perseguidos.
A região de Israel caiu nas mãos dos Otomanos e esteve debaixo de domínio islâmico por muito tempo. Esse domínio somente iria chegar ao fim depois da Segunda Guerra Mundial.
O exílio do povo judeu durou até 1947 quando foi declarada pela ONU a formação do Estado soberano de Israel.
O estado moderno de Israel
Como povo estrangeiro, que não se integrava completamente na cultura dos países onde se instalava, os judeus foram muitas vezes vistos com desconfiança. Eles foram alvo de muitas perseguições étnicas e religiosas no mundo inteiro!
As tentativas regulares para exterminar os judeus, sua incapacidade de se defender e sua falta de direitos levou ao surgimento de um movimento para formar um novo país de Israel. Esse movimento, que ganhou força a partir do século XIX, ficou conhecido como o Movimento Sionista, uma menção a Jerusalém.
O regime nazista realizou o maior massacre de judeus da História. No fim da Segunda Guerra Mundial, a ideia de criar um estado para os judeus, tornou-se realidade. E em 1948, a região da Palestina (que estava sob domínio britânico) foi dividida e assim, nasceu o Estado de Israel.
No entanto, os povos árabes que viviam ao redor, não ficaram felizes com a partilha de território e declararam guerra ao novo país. Desde sua fundação, o estado moderno de Israel tem enfrentado muitos conflitos. Atualmente, israelitas e palestinianos ainda não conseguem viver em paz.
Israel hoje, é uma mistura de influências judaicas, cristãs e islâmicas. Um mosaico de culturas diferentes. E cada vez mais judeus estão voltando para Israel e a absorção destes novos imigrantes, tem feito com que o país enfrente muitos desafios.
Apesar de ter uma história conturbada, D-us cumpriu e ainda cumpre Sua promessa para Israel!
“Em herança possuireis a sua terra, e eu vo-la darei para a possuirdes, terra que mana leite e mel: Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos separei dos povos. Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Levítico 20.24-26).